Laminas dançavam uma com a outra, chocando-se diversas vezes, tilintando de forma
agonizante. Lembravam cobras se entrelaçando em um brutal combate. Se não
fossem os gritos de euforia produzidos por aqueles que olhavam, o som poderia
ser ouvido a distancia. A peleja se estendia por mais de uma hora.
O sol no alto das árvores,
produzira um breve calor, porém, naquela manhã a brisa era forte, e tornava o
ambiente acolhedor para descansar e observar as nuvens. O povo nórdico é por
natureza de uma brutalidade desigual. Seu
amor pelas terras na qual vivem, é ainda mais característico, se preciso for,
travam guerras para dominar ou defender seus lares. Mesmo os poderosos elfos já
sucumbiram ao tentar aniquilar o reinado nórdico em "Floresta
Branca", local mais próximo de um reino elfico, onde os nórdicos vivem em meio
a aldeias em florestas de gelo. Batalha essa que é lembrada por eles como
"A batalha da floresta vermelha", onde centenas de elfos sangraram em
solo nórdico, deixando a relva rubra por longos anos.
Os
guerreiros voaram mais uma vez para o combate, fazendo suas armas
chocarem. Graças a uma escudada que
havia tomado a pouco, um deles tinha a barba branca manchada em torno a boca de
vermelho , este partiu com violência com sua arma, quase pegando o homem mais
novo de cabelos loiros despreparado. O escudo do loiro rebateu a arma com
força, jogando a mão e a arma do velho para trás, deixando-o totalmente
desprotegido, ajoelhado ao solo. O rapaz desceu sua arma visando o pescoço do
velho, que em um movimento astuto ergueu com sua pouca força o braço esquerdo protegido pelo escudo aos céus, tampando o sol em seus olhos, e bloqueando o golpe. Com o
resto da sua força, jogou-se para frente em direção ao rapaz, abraçando sua
cintura, fazendo-o desequilibrar-se, caindo junto ao velho no gramado.
Todos a distancia ficaram
quietos como o vento, tornando por alguns instantes audíveis suas próprias
respirações. O próximo movimento poderia trazer a tona o vencedor.
Sem delongas, o velho pousou com forças seu escudo no braço direito do rapaz,
deixando-o imobilizado, impossibilitando-o de usar a espada. Com o joelho direito, esmagou a barriga do
infeliz, que proclamou um som inaudível de agonia. A mão do velho, desceu uma
vez em direção a face do loiro. Uma segunda vez. Na terceira, o escudo viajou
através da mão esquerda do jovem em direção ao velho, como uma ultima
esperança, porém, o corpo do homem dirigiu-se a direção contraria, para trás. O
grisalho com sua mão agarrou o escudo que o atacava batendo-o contra o rosto do
loiro. O sangue escorreu por sua boca, deixando a mostra alguns buracos em sua
arcada dentaria, onde acabara de engolir alguns dentes. Uma segunda vez o
escudo desceu, deixando o rapaz com olhos vagos, visando o nada, enquanto
balançavam de um lado ao outro, procurando qualquer coisa para se fixar.
- Acabou... - O velho
proferiu cansado, levantando com esforço. - Seu destino está com os Deuses. - Afastou-se
do corpo, buscando sua espada a alguns metros. O rapaz loiro levantou com muito
esforço a cabeça. Ao longe, ouviam-se
gritos de apoio, pessoas gritando para levantar, para lutar com honra, e
enfrentar a morte como um verdadeiro nórdico. Porém, o que viram, foi um garoto
com seus 18, 19 anos, buscando apoio agora de costas para seu adversário. Começou
a caminhar lentamente para trás. Olhos perdidos na multidão, procurando o
auxílio esperado.
- Pai? - Chamou. - Onde
está meu pai? - Chamou uma segunda vez. - Não me deixe morrer pai! - Exclamou
em piedade. Nenhuma resposta foi ouvida.
- É esta a grandiosa
semente de Bralguuf? - O velho gritou para a multidão. - É este que desafia o
seu rei para um combate de honra, buscando direito ao trono? - Furioso, gritava
em uma única direção. - Não conseguira dominar o meu posto, então envia seu
filho jovem para me matar? É isto que esperava acontecer? - Um homem velho, com
cabelos dourados observava a distancia, com olhos desaprovadores. Olhos que
cobiçavam a morte daquele homem. - É com prazer, que envio seu filho para os
Deuses... Mas não para batalhar ao lado deles!
Caminhou em direção ao
rapaz que ainda buscava seu pai em meio ao publico. Sua espada em mão balançava
conforme o andar, cortando o vento com firmeza. Uma bela arma, torneada a ouro
e prata, forjada com aço nobre.
- Adeus filho de Bralguuf,
do qual não pretendo proferir o nome. Vá aos Deuses com a honra que não teve em
batalha! - Com sua mão esquerda pousada nos ombros do garoto, puxou-o para
trás, deixando-o frente a frente, rosto a rosto. A espada perfurou-o no
estomago. Trazendo para fora o sangue pela sua boca, enquanto se ajoelhava
frente ao rei. Desonroso. Com olhos tristes de dor. O rei olhou em sua face,
com olhos piedosos, triste por imaginar o destino daquele jovem garoto, que
futuramente ocuparia um posto grande em uma casa nobre, sendo ele, o filho
primogênito de seu rival pelo trono. Entristecia-se ao pensar em sua mãe, e em
seus irmãos que estavam a assistir aquilo. Porém, enfurecia-se pelo pai que não
ensinara o filho a morrer com dignidade, como um nórdico deve fazer, pois não
haveria maior honra do que morrer em um combate justo.
- Vá aos Jardins Sagrados
de Edda, onde seu nome foi escrito, não como um guerreiro, mas como um filho
amado. - Pausou. Colocando a mão nos olhos do rapaz, deixando-o cair sobre a
grama.
A clareira estava em silencio,
somente o vento cantava sua canção. As árvores mexiam conforme a dança e
algumas pessoas começaram a deixar o lugar. Uma mulher chorava a distancia
abraçando o corpo do homem velho de cabelos dourados. Seu rosto sereno
permaneceu intacto, fitando o homem que acabara de matar seu primogênito. A
mulher aos prantos começou a caminhar junto ao marido na direção do falecido
filho. No caminho, o rei cruzou olhares ao se afastar do derrotado.
-Seu filho não teve uma
morte honrosa em combate. Mas teve uma morte boa, morte que espero ter valido a
pena para você, que obrigou alguém tão jovem a desafiar seu rei. Algo indigno
em tempos de paz... - Firme, se afastou do casal.
- Espere... - Falou
finalmente. Observou com frieza o rosto do rei. - Minha esposa pede um enterro
digno para ele, espero poder fazê-lo.
- De acordo com nossas
regras, seu filho não poderia ter um enterro digno de um guerreiro. - Ponderou
pensativo, observando a mulher. - Mas nossas regras não impedem que tenha um
enterro digno de um filho querido. - Esperou uma resposta que não viria. No
fundo sabia disso. Mas esperou que cicatrizes já houvessem sarado, mesmo depois
da morte de um filho. Não foi o caso. - Providenciarei tudo que for preciso.
Enviarei alguém para ajudá-lo... - Partiu em direção a floresta, pensando em
tudo que acabara de acontecer, e no banho quente que precisaria tomar para
matar mais uma coisa... Memórias de um dia conturbado.
O rei
entrou em seus aposentos ainda molhado, deixando escorrer água por onde
passava. Seus olhos melancólicos não haviam mudado desde o combate. Achava que
em tempos de paz, deveria ser mais fácil reinar do que em tempos de guerra.
Porém, descobrira que em tempos de guerra, a batalha é necessária e a morte é
inevitável, enquanto em tempos de paz, a morte vem apenas por motivos banais,
de vingança, ou inveja. Seja um ladrão que inveja a fortuna conquistada de
alguns, ou a morte de um familiar que trás a chacina da vendeta. Casas que
caem por motivos tão fracos.
Seus passos deixavam seu rastro, eles que foram seguidos por sua mulher. Ela com seus quarenta
anos. Adentrou o quarto em que seu marido residia, observando-o trocar-se em
silencio, calmo, profundamente fixado em seus pensamentos. Eles que nem ao
menos deixaram-no notar que havia alguém ali.
- Meu rei. - Formal demais
para uma esposa. - Vejo que os Deuses beijaram sua espada, e abençoaram seu
escudo. Agradeço-os por trazê-lo de volta. Não conseguiria receber a mensagem
de que o filho de Bralgruuf havia matado meu marido. - Pausou, observando os
olhos tristes do esposo. - Escutei rumores do ocorrido. Não foi a melhor das
mortes, mais providenciou para ele uma morte limpa. Você foi justo, espero que
entendam.
- Também espero... - Falou
baixo. - Tudo o que não quero é uma chacina contra a família de Bralgruuf. Ele
sofreu muito na grande guerra, viu muitos dos seus morrer diante da minha lâmina.
Ele era o único que poderia me desafiar. Tinha seus motivos, porém, enviou seu
filho... - Pausou. - Não esperava isso, era um jovem imaturo, mais tinha um
grande futuro. - Olhou profundamente em seus olhos. - Por falar em filhos, onde
estão Vigryd e Baldruur? Preciso ver meus filhos imediatamente. Quase os perdi
hoje, e não consigo parar de pensar nisso...
- Vigryd esta em seu
quarto, já Baldruur deve estar no ferreiro, queria lhe presentear na volta pra
casa. Ele disse para mim, que sabia que iria vencer, que não precisava me
preocupar.
- Conhece o pai que tem. -
Riu pela primeira vez, enquanto calçava suas botas, já trocado com uma bata
verde com pequenos detalhes prateados. Uma calça de cor marrom, e sobre os
ombros um grosso manto felpudo branco e dourado. Colocou sua fiel arma na
cintura, junto a bainha. Trajado daquela maneira, de fato ele era um completo
rei. Com seu rosto sereno, desprovido de preocupação, assim como um rei deveria
se mostrar.
- Não esqueça disso, não
está mais em campo de batalha. - Sua amada caminhou calma, deixando seu vestido
esverdeado dançar conforme caminhava, trazendo ao rei, uma coroa de ouro,
ornamentada com estacas em todas as
direções, pequenas e grandes, deixando-a com uma aparência agressiva. - Ela cai
muito bem em você. Muito mais do que sua arma. Deveria deixa-la mais de lado do
que a coroa. - Criticou, insegura e preocupada com o marido.
- Devo mostrar ao meu
povo, que seu rei é um verdadeiro rei nórdico. Não um burocrata do conselho, um
rei que tem mãos firmes para proteger os mais fracos, e uma espada para cortar
as raízes dos inimigos, não deixando-os florescer em nossos campos. - Colocou a
coroa, tornado-se um completo rei.
- Se gosta de cortar
raízes, que vá se tornar botânico, é mais seguro, e ninguém pode te desafiar. -
Brincou, sorrindo.
Devolveu o sorriso a
esposa, com um ar de aprovação. Puxando-a contra seu corpo, deixando-a bem
próxima de seu rosto.
- As únicas raízes que
valeram a pena serem cortadas, foram as que me impediram de chegar até você.
Todas as outras são cortadas por obrigação. Àquelas, eu cortei por não aguentar
ficar longe de você. - Sua esposa não ousou responder, mergulhou seus olhos nos
do esposo, que a conquistava como pai, amante e rei todos os dias. Beijaram-se
como se fosse a primeira vez.
O rei
havia passado a pouco no quarto de sua filha Vigryd, onde a abraçou como no dia
em que chegara ao mundo, sentindo a paixão que sentiu no momento que a pegou
pela primeira vez nos braços. Hoje já não podia mais pegá-la, pois já era uma
menina formada, com seus quatorze anos, já em idade de se casar, ou ao menos ser
prometida a algum jovem nobre, que continuasse sua linhagem.
No grande salão do trono,
o rei observara pela janela a imagem do esbelto príncipe se aproximar da porta.
Já sentado no trono, mostrava-se soberano, digno do seu posto. Alguns homens
sentavam próximos ao rei, porém, alguns degraus abaixo do trono formando uma
fileira de três cadeiras de cada lado. A porta fora aberta, deixando a luz do
sol entrar por um breve momento, então se fechou. O jovem Baldruur caminhava
firme em direção aos velhos. Mantendo toda a postura possível, trazendo em mãos
um objeto redondo coberto por um tecido branco e dourado. Meio aos velhos à
esquerda e à direita, o jovem ajoelhou-se frente ao pai. Seus olhos encontram o
do progenitor, olhos severos, que esboçaram um grande sorriso de felicidade.
- Levante-se meu filho. -
Ordenou. - Sou seu rei, e você meu herdeiro. Reis não devem se ajoelhar em
publico. - Advertiu. - Um dia você será rei, então deverá saber disso.
- Desculpe-me pai. -
Pausou, levantando de imediato. Era um homem forte, com seus dezoito anos, de
cabelos cor de mel, eles que iam até seu ombro, com algumas mechas entrelaçadas
para trás. Trajava uma camisa de manga longa, cor do sol, coberto por um colete
esmeralda, calças tradicionalmente marrom. Em mãos cobertas por luva, segurava
o objeto.
- Este é um pequeno
presente meu. - Caminhou devagar em direção ao pai, que levantou para receber.
- Espero que o utilize em futuros combates, pois sei o quão habilidoso o senhor
é e imagino o quão ameaçador deve parecer um forte rei. - O homem retirou o
pano por cima do objeto, revelando um belíssimo elmo negro, detalhado em todos
os aspectos. Com fortes estacas em sua parte superior, ornamentadas em prata,
enquanto uma grande esmeralda esculpida a cada lado trazia o brasão de sua
família: uma flecha entrelaçada em visco branco.
Com o elmo em mãos, o
homem abraçou o filho com força, lembrando-se de tudo que havia ensinado ao menino, imaginando qual
seria o seu futuro. Era um jovem forte e de bom coração, sabia que iria ser um
grande rei, e seu povo iria amá-lo, assim como o amavam agora.
- Obrigado meu filho. -
Beijou sua testa. - A cada dia, você me demonstra o quão grande você pode ser
um dia. - Sua cara demonstrou um ar de desconforto. - Imagino se houvesse
perdido. O que faria com o elmo? - Indagou.
- Nunca pensei em sua
derrota pai. - Sorriu. - Seu oponente era jovem, forte e bem criado. Todavia,
você é experiente, forte apesar da idade. - Seu pai sorriu. - E deveria voltar
para nós, o oposto dele, que não tinha o que perder, se não a vida.
- Entendo. Não conseguiria
viver ao lado dos Deuses, sabendo que minha missão não havia sido comprida com
vocês, deixando-os a mercê do velho Bralgruuf. - Olhou o elmo. - Teria de
enfrentar todos os Deuses para voltar à vida e tirar vocês dele! - Os homens
sentados à sua volta, gargalharam junto a eles. - Por favor, meu filho, sente-se em sua cadeira. Iremos
iniciar uma breve reunião. - Seu filho costumava participar das reuniões do
conselho. Seu pai havia dito que era um bom aprendizado para ele, entender das
leis, e dos planos do rei. Poderia usar aquilo no futuro, quando estivesse
sentado em seu lugar.
Um dos homens, trajando um
manto negro, tossiu observando os demais na sala. Esperou que todos estivessem
acomodados, e prontos para iniciar a reunião, então levantou.
- Falo por todos nesta sala
meu senhor e em nome de todo nosso povo que o saúda, Rei Baldrer a Raiz Forte,
Soberano das Terras do Oeste. Estamos muito felizes que tenha retornado com
vida. Seu povo – que aprendera a te amar - sofreria por dias, se não anos, caso
houvesse ocorrido o contrário. Os Deuses lutam ao seu lado, desde o momento que
conquistara de volta as perdidas terras do Oeste, e subira a seu trono,
recriando o reinado nórdico a muito perdido em morte, pelos malditos elfos. -
Hoje, o reino que Baldrer havia criado, se tornara o mais forte entre os demais
reinos dos homens. Este que há tempos era uma grande capital élfica, tirada dos
próprios nórdicos que a criaram, como homenagem aos Deuses que haviam perecido
em sua ultima batalha justamente nesse canto de terra. Dizem as lendas, que os
deuses em sua ultima batalha pereceram no Oeste, e seus corpos criaram os povos
que semeiam toda Runegard. Cada Deus acabara por criar uma raça, da qual
depositaria toda sua força para abençoá-la, e levá-la a conquista terrena. Um único
Deus, havia submetido sua carne em uma divisão mais distinta dos seres mais
"humanos". Um Deus tão mal, que seu corpo se tornara adubo para
semear a criação de toda criatura maligna que caminha sobre Runegard. Tais
criaturas que constantemente atacam em hordas para destruir tudo até agora
criado.
Três Deuses criaram as
raças dominantes em Runegard; Borrodin fez o povo nórdico nascer de sua própria
carne, meio a sangue e bravura, um povo tão cheio de amor, e tão submisso ao
ódio, tornando até mesmo sua existência um conflito de sentimentos. Friggyurd,
mãe da terra e da natureza, abençoou em seu leito, as criaturas mais sabias de
toda Runegard. De seu ventre, brotaram os frutos do nascimento dos Elfos,
sábios e respeitadores da natureza; Thordonar, com sua brutalidade e força,
sucumbiu perante as montanhas, com o bater de seu martelo, subjugando as
pedras, e empapando-as com seu sangue, esculpindo a raça dos Anões, brutos
mineradores, orgulhosos de seu trabalho, e inigualáveis na arte do combate. O último,
um Deus ganancioso, que sempre buscou vitória frente seus irmãos de forma
obscura e desonrosa. Lothur é trapaceiro, e foi o ultimo a morrer. Nem ao menos
teria morrido, se não fosse Friggyurd em seu ultimo suspiro, ao ver Lothur
apunha-lar Thordonar pelas costas. Raças inteligentes, burras, motivadas pela
morte, vingança e terror despencaram por sua ferida, espalhando o caos por onde
caminhara.
Baldrer
fitou os olhos de cada um do conselho. Costumava sempre fazer isso, buscando cada palavra mentirosa na mente
de seus companheiros. Porém, desta vez tudo era verdade, seu povo estava
aliviado que não havia morrido.
- Fico grato a todos por
rezarem por mim, e comparecerem ao campo de batalha. - Observou seu filho, que
não comparecera ao combate. Não o culpo,
sua mãe é muito protetora, ele é um homem forte, capaz de me substituir assim
que ordenar. Confio no garoto. Pretendia levar o garoto nos próximos
combates que trajariam no futuro. Sabia que seu filho estava pronto para o
combate, este que seria seu último teste como herdeiro do trono. - Peço que
comunique que nesta próxima lua, uma festa seja dada em homenagem aos Deuses
que me abençoaram neste momento tão complicado. Convidem todos, e não esqueçam
de comunicar a Família de Balgruuf, não quero que pensem que estou festejando a
morte de seu filho, e sim, enfatizem a eles que é uma homenagem aos Deuses. -
Costumavam festejar aos Deuses, e orar a todos, pois apesar de todas as
desavenças sabiam se respeitar, justamente por isso, repousavam em um único
lugar, unidos para contar suas histórias e lutar suas batalhas sem fim.
- Meu senhor, temos alguns assuntos mais sérios para debater. -
Interrompeu. Um homem de cabelo escuro bem curto, com uma cicatriz no canto
esquerdo de seu rosto. Aquele era Orlav o Comandante do Exército de Ventre
Primórdio, cidade do qual residiam, capital das cidades do Oeste, chamada
assim, justamente pelas histórias de sua terra. - O povo do Leste continua suas
investidas contra nossos fortes na fronteira central. Nossos Jarls estão
começando a se enfurecer, e esperam uma atitude direta da capital. Não podemos
esperar mais tempo, a guerra entre os povos baixos - Era assim que chamavam os Elfos e Anões. - esta tomando proporções
inimagináveis, e uma guerra entre os nórdicos pode acender o pavio para eclodir
novamente uma guerra entre os povos. - Parecia preocupado. Seu posto lhe dava
esta preocupação, pois deveria ser a frente e a voz de um exercito, dominado
apenas pela cabeça e mão do Rei. Muitos compromissos caiam sobre ele, e pedidos
não paravam de ser enviados a sua pessoa.
- Neste momento estou
muito distante de um novo combate, esta lua festejamos e no nascer do Sol
iremos nos preparar para qualquer guerra eminente. - Sorriu. - Caro amigo
Orlav, sei que está tenso com tudo isso, mas seu velho
Rei precisa de um breve descanso, e todos concordam que uma festa irá acalmar os
ânimos por aqui.
- Claro meu Senhor,
esqueço que sua mente é a mente de um homem as vezes, e merece o mínimo de
descanso de vez em quando. - Pausou. - Caro amigo, hoje festejamos! - Bateu com
o punho cerrado na mesa, sorrindo para seu Senhor.